A Morte do Cozinheiro – Allan Pitz

“É verdade, eu matei o cozinheiro. Em momento algum deste livro negarei que matei o sórdido cozinheiro com minhas próprias mãos de escrever versos. Havia motivo claro em saciar-se com a sua morte, morte de quem por carne e gozo objetou-se ao incomensurável amor que me tornava tão puro. Eu estripei-o com suas facas imundas de trabalho banal, e escalpelei por mimo infantil, de criança brincalhona, ao ver os índios e escalpes na TV. Matei o demônio com noventa facadas, cultivando um novo demônio sanguinário em mim, portanto não negarei ter feito a coisa mais maravilhosa que eu poderia fazer por minha inconsequência gloriosa naquele momento: Eu matei o cozinheiro.A morte do cozinheiro já deve ser considerada uma das obras literárias mais intensas e atuais sobre a dor de cotovelo e o ciúme. De forma singular o autor nos guia sem medo até o amor doente de Luiz Aurélio e as psicoses novas da recente solidão induzida. A derrota do ”eu” exaltado, o abandono, e a morte que pede lugar ao descontentamento puramente egoísta caminham livres. Vemos um jogo de querer e não poder, que desenrola o frágil espírito do ser humano desiludido de amor. “

Com um titulo curioso e bastante diferente, já fiquei super animada. Mas na verdade o que mais me pegou foi ver uma escrita tão diferente com uma historia totalmente doida  fazer tanto sentido e ser tão legal.
É difícil encontrarmos um livro que fala do amor nessa forma. O Allan conseguiu trazer a tona, todo um sentimentalismo que muitas vezes se encontra escondido atrás do ” amor”, que é a obsessão, fanatismo e um amor totalmente incondicional, onde o lema “Se não vai ser minha, não será de ninguém” é levado muito a sério. Isso sem falar nas mudanças de comportamento do personagem.

Bom… agora vamos a história!

Luiz é um ótimo escritor, que tinha o amor da sua vida bem ao encontro dos seus braços, Carmem.
Carmem era o tipo de mulher perfeita, fala, respira, pensa ese move com graça e perfeição, mas o seu grande defeito era a megera da sua mãe,que faz de tudo para Luiz e Carmem terminarem.
Mesmo assim eles levam o namoro em frente, mas alguns meses depois Carmem sofre um aborto espontâneo, e o relacionamento vai se desgastando e acaba. Com isso Carmem volta para a casa da sua mãe, e cortar qualquer relação com Luiz (por isso ela aprece pouco no livro).

Após esse termino, a vida de Luiz praticamente acaba, a única coisa que ainda é viva dentro dele é seu grande amor por Carmem.
Até que ele descobre que Carmem está namorando novamente,com ninguém menos, ninguém mais do que um cozinheiro, chamado Lucas. E uma serie de telefonemas, o avisam de que o cozinheiro quer matar sua amada.
Na cabeça obcecada de Luiz, a única barreira que impedia que fosse feliz ao lado de Carmem, era o cozinheiro. E para proteger a amada e  o seu romance, ele decide simplesmente eliminar o cozinheiro.
A questão principal do livro não é quem matou o cozinheiro, pois ele admite desde o começo que foi ele quem matou, mas sim todos os pensamentos e convicções envoltos  nisso.
A narrativa chega a fazer com que toda essa tortura interna e ciúme doentio, sejam engraçados. Sou louca por um humor negro e ironias absurdas, e com certeza o Allan acertou com tudo.

O livro é bem pequenininho e a leitura te prende pra caramba, quando você percebe já está no final.E uma coisa muito interessante, é a diversidade de palavras que o autor usa. Vale muiiiito a pena ler!

---

 

ISBN-13: 9788563080059
ISBN-10: 8563080059
Ano: 2010 / Páginas: 80
Idioma: português 
Editora: Above Publicações

 

| Skoob |