Entre Lágrimas e Risadas #2

Estamos de volta! E não poderia ser em época melhor para essa coluna já que estamos cada vez mais perto da “Awards’ Season” (Temporada de Prêmios do cinema), que sempre se finaliza nos Oscars. Mas vamos deixar para nos aprofundar neste detalhe posteriormente e ir direto ás recomendações de filmes já que ficamos bastante tempo sem isto e consequentemente há muitos e muitos longas que eu gostaria de recomendar para vocês. Mas não se preocupem, especialmente neste post de retorno, recomendarei dois filmes para recuperar um pouco do tempo perdido. Passaremos do mainstream ao indie e do terror ao sci-fi. Mas antes de revelar esta dupla de filmes, eu gostaria de lhes perguntar: O que te amedrontaria mais? Espíritos assombrando sua casa ou saber que há vida em outro planeta?

A primeira sugestão é para aqueles de coração forte. Prepare-se para A Invocação do Mal (The Conjuring).

O filme dirigido por James Wan (o criador de Jogos Mortais) segue os Warren, um casal que lida com situações sobrenaturais, quase como “caçadores de fantasmas”, e que são chamados por uma mãe desesperada que começou a ser assombrada por espíritos após se mudar para uma antiga fazenda com seu marido e suas 5 filhas. O filme é baseado em uma história que Lorraine e Ed Warren (sim, eles existem na vida real mas ele já faleceu) dizem ser a mais assustadora de suas carreiras.

A Invocação do Mal conta com um ótimo elenco que dão performances extremamente realistas e acreditáveis, o que é raro em filmes de terror. Patrick Wilson interpreta Ed Warren e Vera Farmiga (irmã da Taisa Farmiga de American Horror Story) interpreta Lorraine Warren, uma médium que ao entrar na casa da personagem de Lili Taylor, Carolyn Perron (ela também existe na vida real, é claro), sente um espirito cheio de ódio dentro da casa. Outras atrizes que você talvez reconheça são Joey King, mais conhecida por Ramona e Beezus mas já esteve em muitos filmes, e Mackenzie Foy, a Renesmee da saga Crepúsculo.

James Wan faz um grande trabalhando dirigindo esse filme com grande destreza e apesar de ser seu primeiro longa em que o Jigsaw, boneco do Jogos Mortais, não faz uma aparição, o diretor ainda mostra sua obsessão por bonecos assombrados ao adicionar uma boneca de porcelana mil vezes mais assustadora chamada “Annabelle” que também existiu e que talvez você reconheça de uma matéria que passou no Fantastico um tempo atrás sobre a “boneca mais amaldiçoada do mundo”. Assustador, não?

Talvez seja graças ao detalhe de ser “baseado em fato reais”, mas A Invocação do Mal foi um dos poucos filmes de terror atuais que conseguiu me assustar. Uma ótima direção, atuações no ponto certo e uma maneira diferente de ser assustador fizeram este filme ser eleito o melhor de seu gênero em 2013 e também chegar aqui as minha recomendações. Não há nada de original em sua história quando comparado a outros longas de horror mas isso não o impede de te surpreender, fazendo-se misterioso e perturbador mesmo sem te mostrar nada. Mas vai a dica de não assistir sozinho na sua casa já que mesmo que você não acredite em espíritos, A Invocação do Mal é daqueles filmes que continua a te assombrar mesmo após seu fim. Que tal assistir isso com a pessoa amada? Tenho certeza que a “força do amor” ou ter alguém pra abraçar vai fazer tudo menos aterrorizante. E Me perdoem mas não achei uma versão legendada do trailer.

Mudando para assuntos bem menos assustadores e a minha segunda sugestão, aqui lhes apresento A Outra Terra.

A Outra Terra foi lançado em 2011 como um filme independente mas fez tanto sucesso nos festivais de filmes, inclusive ganhando como melhor filme no Festival de Sundance, que foi lançado nos cinemas mainstream. O filme conta a história de Rhoda Williams, interpretada por Brit Marling (mais sobre ela abaixo), uma adolescente que acabou de ser aprovada numa das melhores faculdades dos EUA mas vê sua vida mudar drasticamente após sua festa de comemoração. Voltando para casa dirigindo após uns bons drinks, ela ouve no rádio que há uma estrela azul nova no céu e quando ela põe a cabeça para fora da janela para olhar a tal estrela, ela causa um terrível e mortal acidente de carro, o que resulta em Rhonda indo para a cadeia por 4 anos. Ao sair ela pede por um emprego como faxineira para tentar “limpar sua vida sem pensar muito” e descobre que houve um sobrevivente daquele traumático acidente de carro que não soube a identidade dela já que ela tinha 17 anos quando o fato aconteceu. Além disso, durante o seu tempo na cadeia, descobriu-se que aquela estrela azul era na verdade uma segunda Terra que agora era totalmente visível no céu. Após se inscrever num concurso para tentar ir em uma viagem para esta outra Terra, Rhonda descobre o endereço daquele sobrevivente para tentar pedir perdão mas acaba não tendo coragem e fica amiga do homem, tentando fazer da vida dele o mais feliz possível.

Brit Marling, uma atriz formada em economia que largou tudo para seguir seu sonho e que após considerar Hollywood muito sexista, resolveu escrever seus próprios filmes o que resultou em A Outra Terra, nos traz uma grande performance que nos faz entender Rhonda, torcer e até sentir pena dela apesar do erro que ela cometeu quando era mais nova. O filme também surpreende com ótimos efeitos especiais o que é incomum em filmes independentes com pouco dinheiro para produção.

Este longa se tornou um dos meus favoritos já que ele é daqueles que fica na sua cabeça, que faz você pensar sem precisar ser “artístico” ou entediante abordando do drama ao sci-fi sem precisar ser melodramático ou de explosões e criaturas mágicas, sempre te mantendo envolvido na história e na grande pergunta: O que há realmente na Terra 2? E como seria se houvesse outro você lá?

É isso por hoje. Espero que curtam as recomendações e até o próximo post, “No Forno”, onde irei recomendar alguns filmes que ainda não foram lançados mas parecem promissores.