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ENTRE LAGRIMAS E RISADAS#3 – O Conselheiro do Crime

Faz um tempo que não temos um Entre Lágrimas e Risadas (aquela coluna em que recomendo filmes que já foram lançados em caso vocês não se lembrem) então decidi voltar com um filme de grande estilo, controverso, e que dividiu muitas opiniões ao ponto de alguns declararem que este seria o pior filme de todos os tempos enquanto outros dizem ser um dos melhores filmes de todos os tempos e que apesar de seu elenco super, mega, ultra estrelar, é bem provável que você não tenha assistido “O Conselheiro do Crime” (The Counselor).

 

O filme lançado em 2013 criou muita expectativa após lançar seu trailer que pouco revela e também por ser o primeiro roteiro do escritor do livro “Onde os Fracos não Têm Vez” (que depois virou um longa ganhador de 4 Oscars, inclusive de Melhor Filme) Comarc McCarthy. Tudo isso além de ser dirigido por Ridley Scott, diretor de filmes como “Gladiador”, “Prometheus”, “Hannibal”, e “Blade Runner” e o seu elenco de atores da lista A como Brad Pitt, Cameron Diaz, Michael Fassbender, e o casal (ambos ganhadores de Oscars) Javier Bardem e Penélope Cruz.

A história é contada no Novo México, próximo á fronteira dos Estados Unidos. Um advogado cujo é chamado de “Conselheiro” (e nunca tem seu nome revelado, nem ao redor de seu par romântico), interpretado por Fassbender, se envolve em uma transação de drogas por estar em problemas financeiros e querer casar com Laura, sua noiva interpretada por Penélope. Quem o trás para esse negócio ilegal, porém milionário, é o seu amigo riquíssimo Reiner (Bardem) que mantém 2 guepardos como  gatos de estimação (que são tão bonitos e mansos que fazem querer um) graças á sua namorada caribenha Malkina (Cameron Diaz). Após aceitar fazer parte do tráfico de drogas, O conselheiro busca conselhos (olha a ironia) com o personagem de Brad Pitt, Westray, que aparentemente sabe de tudo, faz tudo, e já viveu de tudo.

É claro que algo dá errado neste grande negócio, se não, não haveria história e cada personagem não começaria a mostrar cada vez mais o seu verdadeiro eu. Isto é o máximo que posso revelar sem deixar muitos spoilers escaparem.

O longa começa devagar em suas duas primeiras cenas mas acelera depois disso e te envolve no história, sempre te dando dicas em seus diálogos do que vai acontecer mas nunca realmente revelando seus desfechos por inteiro antes que eles aconteçam. O que posso dizer com absoluta certeza sobre o filme é que compreendo totalmente o porque dividiu tantas opiniões. “O Conselheiro” é o exato tipo de longa que ou você gosta ou não gosta, não tem meio termo. Mas talvez sua grande diferença, o motivo pelo qual ele está no nosso post de hoje é que, odiando-o ou amando-o, ele não falhará em te entreter.

As maiores críticas ao longa foi que o mesmo era “frio”, o que eu concordo completamente. Ele é frio porque sua história e personagens são frios assim como a maioria das pessoas envolvidas no mundo do crime. Pelos diálogos, é bem obvio que todos personagens se “conhecem”, mas eles nunca são mostrados juntos em convenções sociais, sempre as conversas são sobre negócios ou significativas para o futuro da história (exceto pelas cenas do casal principal e talvez por isso o filme seja considerado “frio”).

Talvez oque venha a lhe incomodar no filme, seja o constante uso de parábolas e o fato de ser muito real. O longa não suaviza a história e a conta como ela aconteceria na vida real, ninguém é mal ou bom e todos são “pecadores”, mas, ao mesmo tempo, nos da certo conforto em pequenas cenas que mostram que nem todo mundo se corrompe com facilidade além de nos distrair um pouco com performances de primeira (oque já era de se esperar) e uma ótima direção/filmagem que nos mostra lindas cores em todos os cenários.

 

– Curiosidade: O personagem de Cameron Diaz, Malkina, seria interpretada por Angelina Jolie que deixou o projeto por conflitos na agenda. Se Angelina tivesse feito parte do filme, haveria dois casais ganhadores do Oscar em seu elenco: Jolie e Brad Pitt, e Jarvier Bardem e Penélope Cruz. 

“O Conselheiro” já está disponível em várias maneiras (já que ele foi lançado em Outubro do ano passado) então você não deve ter dificuldade para achar-lo e assistir-lo. Não recomendo o filme para aqueles dias que você quer ser animado e confortado com um final feliz mas sim para aqueles dias que você está entendiado e precisa urgentemente de um entretenimento. Não posso garantir que você irá gostar de “O Conselheiro” (para as meninas posso garantir que seu namorado vai gostar) mas posso garantir que assisti-lo e formar sua opinião sobre o mesmo não será tempo perdido.

 

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2 Comments

  • Reply
    Camila Boshy
    10/02/2014 at 12:00

    Entendo mas fico surpreso com as excruciantes críticas negativas que este filme vem recebendo. Eu achei um bom filme, que se encaixa perfeitamente dentro do sub-genêro ao qual se propõe. A atmosfera pesada e desconfortante, diálogos sobre a morte e a crescente sensação de construção da violência são características encontradas em filmes modernos como O homem da máfia de Andrew Dominik ou o mais explícito Selvagens de Oliver Stone, passando pela obra-prima No country for old men dos irmãos Coen, ou até mesmo em alguns dos filmes de Tony Scott. Aliás The Counselor é uma singela homenagem de Ridley ao seu falecido irmão, visto que a ambientação fronteira dos EUA – México era uma das preferidas do falecido diretor (mais especificamente no filme Revenge-1990).

    É um filme de proposta diferente, que foge dos parâmetros de entretenimento. E por ser bem adulto se comparado com obras mais alegóricas do diretor, vem desagradando quem queria mais um blockbuster com elenco estelar.

  • Reply
    Thomas
    10/02/2014 at 12:05

    Foi para mim, o filme mais decepcionante que vi no cinema. Um elenco estelar, um diretor fantástico e um roteirista renomado, entretanto, o resultado foi um desastre. Pensei por várias vezes fazer como dezenas de pessoas que foram embora da sala muito antes do filme terminar, pois, o filme é chato, arrastado e cheio de cenas e diálogos maçantes que deixaram qualquer tentativa de interação dramática ir pro lixo. Sem falar que a premissa é tão simplória que todo o resto da fita é simplesmente prolixa. Se pudesse eu mesmo aconselhar as pessoas, eu diria: Não assista esse filme, pois, será uma perda de tempo. Vá ler um bom livro que se ganha bem mais. Nota 4 de 10 (sendo bem leve na avaliação )

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