Todo mundo pode perceber que eu adorei o livro, mas o que ninguém sabe… É que eu gostei ainda mais do autor!
Allan Pitz, é um dos autores mais simpáticos que tive a chance de conversar, e ele concordou com uma entrevista aqui no blog.
Espero que vocês gostem!
Sobre o autor:
O escritor carioca Allan Pitz é, além de diretor teatral o que confere à sua escrita uma dramaticidade extra, inerente às artes cênicas , um pensador do asfalto, um peregrino das ebulições da vida, filósofo urbano, romancista original.Autodenomina-se com humor: “Escritor por maioria de votos, contador de histórias, visceral, humano, PhD nas próprias reflexões e estudos solitários sobre tudo”. Tem compulsão pela vida, que registra em jorros, nas incontáveis cenas de absurdo criadas a partir de sua observação do cotidiano. Tudo pode ser subsídio para se transformar em uma cena, um conto, uma ideia para um livro.
Resenha aqui!
Lançarum livro, principalmente aqui no Brasil, é muito difícil. Quais foram as suasdificuldades?
Todas. Aos poucos o escritor de ficção e poesia vai se tornandodesnecessário por aqui. Temos os grandes escritores de fora. Temos as editorasespecializadas neles, temos as calças abaixadas para eles baterem no “popô” comréguas de mercado padrão. Falam que é choradeira de brasileiro, que eles sãomelhores do que nós, mas não é isso não… Atualmente eu tenho um contratoeditorial legal. Estou escrevendo sem preocupação de nada (aguardem novidades).O problema aqui é: comerciante de churros decidindo se o livro de alguém é bomou não. O comerciante observa capa e sinopse. Ele olha o cavalo de frente, sóos dentes brancos, inda que o rabo do animal esteja bem sujo. O pior é quando ocomerciante é dono de editoras… Meu grau de dificuldade foi maior porque soumeio rebelde quanto às imposições normalistas e sociais. Sou um burroinsubordinado para eles. Mas achei um bom patrão!
A mortedo cozinheiro tem uma história super diferente, de onde veio essa idéia?
Primeiro por eu ser um fulano bem diferente, eu acho… Mas como costumodizer, a inspiração dessa obra veio dos velhos crimes passionais, as crises deciúmes, inconformismo, paranóia. Eu queria tentar observar sem paredes, ouregras, toda a confusão mental de um complexo e culto pré-assassino passional.E toda a loucura da ação interna envolvida nisso.
Serescritor foi uma coisa que você sempre imaginou, ou quando se deu conta você jáhavia escrito um livro?
Não houveum “plano escritor”, você acertou. Fui me ferrando no teatro e quando repareiestava andando com dor nas costas, havia lido demais, e escrito quatro livrosmalucos que ninguém queria. Hoje são doze prontos e cinco publicados. E se querosair do ritmo e, parar de ler e escrever compulsivamente, eu não consigo mais.É um karma!
Ospersonagens foram baseados em alguém conhecido?
Não. O Luiz, talvez, seja baseadoem retalhos da minha personalidade e vida, mas inda assim bem longe (Deus meproteja de Luiz Aurélio). É coisa da minha mente fantasiosa que gosta de seinspirar em projeções. Dos outros, do mundo, dos jornais.
Leré uma ótima coisa, mas que poucos fazem. Quem foi que te incentivou a ler?
Bom, eu detestava ler. Eu queria ver a droga do Bozo natelevisão, mas meu bisavô desligava a TV e me obrigava a ler Monteiro Lobato!Não tive escolha; é por isso que as pessoas não gostam tanto de ler. É maisfácil observar a cena mastigada na tela, a ter que criar uma cena idealizada naproposta do autor; ter que pensar e raciocinar e imaginar… O velho Octacíliosoube bem o que fez. Exercitou meu cérebro. Minha análise pessoal das coisas.
Sepudesse ver seu livro publicado em algum outro país. Que país seria esse?
Primeiro em toda Américado Sul. Depois eu sonho entrar nos continentes: asiático e Europeu (já estoucom um livro em Portugal). Sonhe grande; nem que seja para realizar médio. Esseé o esquema!
Comoestá sendo a sua relação com os leitores? É gratificante receber a opiniãodeles? Como você recebe as críticas?
Ora, é maravilhoso receber elogios, Milca! E obviamente, ascríticas para o escritor “novato” são um chute no traseiro lutador, mas vamosem frente. As críticas devem ser para que eu melhore (ou me mate), entãoseguirei me dedicando para merecer mais elogios do que críticas. Mas ainda ficomeio contrariado quando chega algum “papa fina” pernóstico querendo me darbanho de didática. É constrangedor…
Aliteratura brasileira mudou bastante, para melhor. De onde você acha que essamudança surgiu?
Não acredito que tenha mudado osuficiente não… O que ocorre é que o país conseguiu dar melhores condiçõespara alguns núcleos de convívio nos últimos anos e, com isso, os autores recusadospublicaram mais os seus livros (pagando para publicar). O mercado, percebendoisto, partiu rapidamente para o ataque e ofereceu as ferramentas de execução:Editora que não acaba mais por aí, cursinhos a perder de vista. Maior ilusão. Comércio puro.
Melhorou sim, o comércio delivros no Brasil, mas eu não posso subentender disso que: melhorou o mercado delivros para o escritor nacional. É duvidoso e utópico.
Muito obrigada pela entrevista, Allan! Gostaria de deixar alguma mensagem para os leitores do blog?
Muito obrigadovocê, Milca, por me dar a grande oportunidade de, mais uma vez, poder meexpressar com muita sinceridade aos meus leitores brasileiros. Muito obrigadopela paciência e o carinho de todos vocês!
Sigo nabatalha!
7 Comments
Tainã Almeida
15/12/2010 at 23:41Olá lindo blog, visita o meu? se gostar seque! peço demais, visita lá:
http://blogdeumagarotaadolescente.blogspot.com/
Amei o blog, beijos,
Karine
16/12/2010 at 15:36Olá Milca, descobri seu blog e ele é lindo!
eu adorei a entrevista, o Allan é muito verdadeiro, ele deve ser um cara bem legal mesmo, e adorei sua resenha sobre o livro dele, com certeza vou comprar.
=**
Raphaela
16/12/2010 at 15:52Milca, eu estou super curiosa pra ler o livro dele.
E gostei muito da entrevista: "sonhe grande nem, que seja pra realizar o médio" *—*
Muito bom!
beeijos
Rapha – Doce Encanto
Lena
16/12/2010 at 22:16Até que enfim uma entrevista diferenteee!!
Esse Allan é bem louco mesmo, legal. Gostei do jeitão dele… Quero ver os próximos lançamentos!!
Bjuss..
Amei o blog 🙂
RUDYNALVA
17/12/2010 at 02:10A entrevista é sempre boa quando podemos conhecer um pouco mais sobre o autor.
O allan é um escritor fantástico e irreverente. GOSTO MUITO DELE E DE SEUS LIVROS>
Parabéns pelas peculiaridades da entrevista.
cheirinhos
Ruddy
Mariana Reis
21/12/2010 at 03:37Muito legal.
Mariana Reis [ meumundomeublog.blogspot.com ]
Luciana. B
21/12/2010 at 12:10Ahhhh…
QUERO MAIS LIVROS DELE!!!
Parabéns :*